sábado, 23 de maio de 2009

Muito prazer... Seu nome, seu bairro!

Repórter é consagrado pelo bordão mais famoso do momento no rádio e na TV





Thiago Reis ao lado de torcedores de Cruzeiro e Atlético


Thiago Reis, natural de Cipotânea, é repórter do Bola na Área na TV Alterosa, aos Sábados às 12:30, além de cobrir os jogos de Cruzeiro e Atlético no Mineirão pela Rádio Itatiaia


Numa situação cotidiana, tentar saber o nome de uma pessoa e o local onde ela mora pode parecer invasão de privacidade e até acabar em bofetões. Mas não é bem isso que acontece no hall do Mineirão em dias de jogos. Lá, José, Antônio, Maria, Francisco e Filomena são capazes de disputar espaços, com unhas e dentes, apenas para falar alguns minutos no microfone do "seu nome, seu bairro".

Um bordão que começou tímido nas ondas da rádio Itatiaia, mas que ganhou projeção ao ponto de deixar em segundo plano o nome de seu criador, o repórter Thiago Reis, 25.

Jogador de futebol frustrado, o radialista largou as categorias de base do Atlético e tratou de arrumar um jeito de não se afastar do mundo da bola. Em pouco tempo, acabou unindo o útil ao agradável. Foi ganhar a vida dando voz ao povo, principalmente aos torcedores, na rádio de maior alcance de Minas Gerais. E agora também é reporter do Bola na Área na TV Alterosa.

O repórter-sensação das massas, odiado por uma torcida e amado por outra, já ouviu de tudo um pouco. Desde xingamentos a dirigentes, jogadores e a ele próprio, a "causos" inusitados. Não só os tristes, dos maridos arrependidos que tentam reconquistar o coração da amada, como também já voltou para casa com cantada de fã e um saco de carne-seca, recompensa por dar alguns segundos de fama para um apaixonado pelo time do coração.

Veja a entrevista descontraída que Thiago Reis deu ao Jornal O TEMPO, a revelação do rádio e da TV mineira conta os momentos mais curiosos de sua curta carreira, vivida quase sempre no hall do Mineirão.

O TEMPO: SURGIMENTO DO BORDÃO THIAGO REIS: "Era estagiário na época, queria ser repórter, mas sem tomar o lugar de alguém. Comecei a perceber que tinha a chance de falar com o torcedor. Pedi ao meu chefe para fazer isso, mas, nas primeiras vezes, os produtores reclamaram porque eu não identificava as pessoas. Até que comecei a perguntar o nome e o bairro e pegou. Isso foi em 2004, quando o Atlético se salvou do rebaixamento."

JOGADOR FRUSTRADO "Sou um jogador de futebol frustrado. Joguei até os 16 anos na base do Atlético e larguei o futebol porque a minha mãe me pediu para continuar os estudos. Mas entrei no rádio por não querer me afastar do mundo da bola. Pensei em ser juiz, gandula, mas preferi a profissão de jornalista. Deixei o Atlético numa quarta e entrei na Itatiaia no domingo, como rádio-escuta, a convite do Milton Naves (narrador esportivo), e continuo até hoje."

REPERCUSSÃO"Não fiquei assustado porque tudo aconteceu de forma gradativa. Comecei a entrevistar dez torcedores, antes e depois dos jogos. Depois passei para 15 e, de repente, acabei em uma proporção bem maior. Atualmente entrevisto em média 40 pessoas por jogo. Só me dei conta disso quando os torcedores passaram a me chamar apenas de ’Seu nome, seu bairro’. Agora, só minha mãe e meu pai me chamam pelo nome. Até criaram uma musiquinha para mim: ‘Seu nome, seu bairro, Thiaaaago!"


ASSÉDIO E FAMA "Sou o mesmo cara que saiu de Cipotânea, da roça. Continuo fazendo o meu trabalho como sempre fiz e não me sinto estrela, pois as verdadeiras são os torcedores. É um trabalho muito legal e não tem dinheiro no mundo que pague você chegar no meio do povo e receber carinho. Tem gente que se aproxima só para me cumprimentar. Muitos, inclusive, viram amigos. Ultrapassou o lime do microfone."

PRESENTES "Em quase todos os jogos, ganho um. Uma vez brinquei com um torcedor para trazer carne-de-sol para mim, e não é que ele chegou com 6 kg na partida seguinte! Recebo camisas de futebol, presente de pessoas que estão fora do país. Uma vez, uma menina colocou um bilhetinho no meu bolso com o telefone dela, dizendo que ‘tinha o sonho de falar seu nome, seu bairro no meu ouvido‘. Não liguei, sei apenas que ela se chama Daniela."

AMOR E ÓDIO "A maioria dos torcedores me recebe muito bem. Os que não gostam de mim não se aproximam em virtude dos outros que gostam. Atendo bem a todos, converso sempre muito mais quando estou fora do ar. Uma vez estava andando na arquibancada do Cruzeiro e uma torcedora começou a me xingar, dizendo que eu era atleticano. Fui até a ela, começamos a conversar e hoje somos grandes amigos."

Thiago Reis entrevistando torcedores atleticanos



MOMENTO MARCANTE "O mais emocionante rodou a Internet. Uma senhora idosa, a dona Maria, do bairro Céu Azul, deu uma entrevista muito emocionante depois de uma derrota do Atlético na campanha do rebaixamento, em 2005. Ela falou durante 10 minutos chorando. Disse que estava cansada de ouvir o neto perguntar que dia o Atlético iria ganhar, e também que o time era a vida dela. Na hora, mantenho-me firme. Mas quando chego em casa, vou refletir, fico balançado."

TIME DO CORAÇÃO "Não sei se revelo... Vou falar em primeira mão. Sou americano, mas respeito todas as torcidas e costumo torcer para Atlético e Cruzeiro vencerem, desde que não estejam jogando contra o meu América. Tenho muita dificuldade de trabalhar nos jogos do Coelho, pois me machuco todo, roendo as unhas. Tenho certeza de que o clube, muito em breve, vai sair desta difícil situação e voltar ao cenário maior do futebol nacional, disputando a Primeira Divisão".

VOZ X APARÊNCIA "As pessoas estranham quando me conhecem pessoalmente, por causa da pouca idade (25 anos). Até mesmo o meu chefe, o Emanuel (Carneiro), uma vez mandou buscar minha carteira de trabalho, pois achava que eu era ‘gato’ (expressão que identifica jogar com idade adulterada). Muita gente fala que me imaginava gordo, velho. Certa vez, uma senhora foi me conhecer na portaria da rádio e ficou frustrada, pois pensava que eu fosse um negro alto. O porteiro não parava de rir."

MANCADA "Estava trabalhando num Atlético e Cruzeiro, em 2005, quando cometi uma gafe ao entrevistar o volante Amaral. Chamei o jogador de Ataliba e ele disse: ‘não sou Ataliba, não, p.’. Eu, sem pensar, retruquei: ‘não, mas o futebol é tão fraco quanto o dele’. Isso foi bem no início da minha carreira".

SITUAÇÕES INUSITADAS "Um torcedor usou o microfone para avisar que ia dormir com o Scooby Doo, o cachorro dele, porque tinha abandonado a mulher para ir ao jogo durante um feriado. Não sei se ela e outras mulheres aceitam as desculpas, mas muitos casamentos já devem ter acabado (risos). Em outra situação, entrevistei uma mulher grávida e falei que era a primeira entrevista do bebê, ainda em formação, no ’Seu nome, seu bairro’. Seis meses depois, ela voltou com o Matheus no colo, pedindo para eu virar padrinho do garoto."

APERTOS"Toda vez que um time perde, passo um. Sofri quando o Atlético caiu para a Segunda Divisão e tive que ficar no meio da cavalaria da Polícia Militar, em meio às bombas, quando os torcedores queriam invadir o hall. Atualmente, trabalho com um segurança, mas nunca aconteceu nada. Brinco sempre que ‘seu nome, seu bairro’ é igual a casamento, na alegria e na tristeza."


Um comentário:

  1. Casino Game - Big Santa, Sweet Bonanza, and more
    and more 토토 먹튀 players are 사설토토사이트 spoilt for choice when it 토토 커뮤니티 comes to making the 메이저벳 right choice. Choose Big Santa for the big money 온카판 or get a

    ResponderExcluir